Deus está nos detalhes... e o diabo, também!

Elegias

A melhor coisa de você ter uma audiência composta apenas por pouquíssimas pessoas é que você tem a liberdade de postar qualquer besteira apenas para manter o hábito da escrita e afugentar os demônios da imaginária e doentia falta de inspiração (o outro nome da preguiça).

Queria antes escrever histórias que impressionem, que gravem pelo fogo da inspiração sua trajetória na lembrança dos leitores, que acabem virando comentários casuais em rodinhas de amigos reunidos, que virem sátiras e trollagens em posts de facebook, que emocionem as pessoas até que o boca-a-boca as espalhem para muito além do gueto e do nicho.
Quero pegar situações do cotidiano, vivências reais ou medos reais das pessoas, dramas passíveis de comoção, identificação, interesse por quem gosta de acompanhar a vida alheia, ou mesmo gosta de um entretenimento baseado em obras ficcionais. E tenho particular apreço por fugir da “estética” do cronista, e reinventar tudo, simbolizar e metaforizar, o que gosto de chamar de “realidade reinventada”.

Já me alertaram sobre o risco real de expor fatos de minha vida pessoal nessas metáforas, por mais bem mascaradas através de um gênero ficcional tão descompromissado e leve como quadrinhos de aventuras de temática super-heroística, mas acredito piamente ser um risco que vale a pena correr, independente da minha competência como narrador, como contador de histórias, como reinventor de realidades.

O insight, aquele instante divino em que o autor tem total ciência e certeza do que deve transpor para o papel... (e estou tendo de transferir teclando as anotações de meu celular para o computador por ele não ter o recurso de copiar-e-colar, são só recordatórios mesmo!)
A bem da verdade, essa tal inspiração divina está diretamente associada à consolidação de todo um esforço diário e cotidiano de escrita, de labor, os tais 99% de transpiração tão famosos atribuídos à frase de Albert Einstein! E está correto, tão verdadeiro quanto afirmações de sensatez que afirmam que a sorte só aparece mesmo àqueles que já vinham se preparando desde sempre. Oportunidade é quando o acaso coroa seus esforços, e não vejo razão para abrir mão desta crença.

No último post, havia assumido um compromisso com meus leitores de detalhar e descrever a tal da história que era um exercício de destravamento e acabou virando outro monstro, mas senti que é muito pior deixar meu blog parado e inativo sem nenhuma atualização, daí esta postagem no puro improviso, sem a linha de raciocínio de introdução-tese-conclusão que tanto aprecio em meus próprios textos (uma vez dissertador, sempre dissertador!). Aos que realmente aguardavam atualizações, me desculparei apropriadamente nos próximos posts.

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