quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Comentando o diário prático 1

Imaginário


Engraçado... desde os antiquíssimos tempos em que eu tentava fazer histórias de super-herói na Editora do Tony Fernandes, eu abraçava de coração as convenções de mundos de fantasia, assumidamente ficcionais e descompromissados da realidade... e aos pouquinhos, à medida em que vinham as tramas, os plots eram basicamente DERIVATIVOS DESCARADOS homenageando TODO O MEU REPERTÓRIO DE LEITOR E FÃ de quadrinhos, misturando e fazendo “piada” de entendendor que ninguém ia sacar, mas TERIA OBRIGATORIAMENTE DE SER LEGÍVEL.

Era pegar uma traminha passada num planetinha emulando o mundo medieval de Príncipe Valente, e SUPRIMIR DE TODA E QUALQUER MANEIRA O USO DE LEGENDAS DE NARRADOR, toda a ação tinha que ser “cinematográfica”, como a Graphic Novel da Piada Mortal (Moore/Bolland) ou do Ronin (F.Miller). Ou pegar uma trama homenageando as histórias da espada Selvagem de Conan, socar uma HISTÓRIA DE ROMANCE que nasceu de uma piada - o Príncipe Encantado ia tentar salvar a Princesa que acaba se apaixonando pelo vilão - e vira um drama daqueles filhodaputa desgraçado que nem as histórias mais tristes do Lobo Solitária, e eu fazendo questão de montar TODA A ESTRUTURA NARRATIVA EM CIMA DO MONSTRO DO PÂNTANO DO MOORE (ou o Miracleman, o encadeamento das páginas tava delicioso).

Repertório maldito por ser delineador de convenções absurdas a serem seguidas sem se saber porquê. Brincadeiras de iniciado que NINGUÉM VAI SACAR E MUITO MENOS CURTIR. E o bobo aqui fantasiando, rascunhando traminhas em papéis que foram perdidos ao longo do tempo, guardados com carinho em algum canto de minha memória, mas insuficientemente desanimadores do ponto de vista da motivação de trazer ao leitor mais repetições de coisas imaginadas há vinte anos atrás, superadas por autores nascidos NAQUELES BENDITOS ANOS.

Tornei-me superado... PELOS ESTRANGEIROS, e, entretando, por mais fracos e mal construídos em motivação que fossem minhas tramas calcadas apenas em histórias guardadas apenas na memória de um velho, não consigo ver autores nacionais trazendo este tipo de construção narrativa para a luz do dia... à exceção do Laerte quando dá para fazer séries longas.

O BK foi o cara que conseguiu exatamente o EFEITO QUE EU SEMPRE DESEJEI para as minhas histórias no quesito mobilizar emoções, especialmente no último trabalho dele, o Mil Nomes... Só que o negócio dele é NARRATIVA EM TEXTO LITERÁRIO. As histórias em versão quadrinho ESTÃO MIL ANOS AQUÉM DO QUE ELE CONSEGUE no texto, e por favor, NÃO CULPEM A DESENHISTA!!!! a Falha é DO ROTEIRISTA!!!! Sempre!

Ironicamente, a cada vez que reviro mentalmente, acabo PINCELANDO CADA VEZ MAIS METÁFORAS DE SITUAÇÕES CAPTADAS DA REALIDADE e incorporando à trama.

Minha pretensão atual é tomar como premissa o MUNDO IMAGINÁRIO, totalmente inventado, e SOCAR METÁFORAS e SITUAÇÕES que remetem DIRETAMENTE A COISAS QUE SÓ PODERIAM ACONTECER NO BRASIL. O caminho oposto ao realismo, mas que filhos de uma puta como Gene Roddenberry e Alan Moore EMPREGAM COM DESTREZA para poder falar de temas e assuntos SEM SEREM BARRADOS POR CENSURAS (era tudo ficção descompromissada... não era?)

Eu sempre me remeto à lenda de que o francês criador da Barbarella teve de jogar a puta da personagem lá no século XL (quarenta) depois de Cristo para poder falar dos temas da revolução sexual em plena época em que ocorria. Eu quero tirar sarro da cara de burocratas encastelados em feudos dizendo o que é bom ou ruim para o povo, sem aludir diretamente à pessoas reais.

Essa É a magia da boa obra de ficção: não se prende à época e às referências temporais em que foi feita, TRANSCENDE, TRANSFORMA, SE RECRIA NA SUA PRÓPRIA REALIDADE INTRÍNSECA, e TOCA AS PESSOAS, fala diretamente a elas, ressoa na mente, distrai, entretém. Mesmo que sejam esquecidas quinze minutos depois.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tolinho... não tem essa de "desígnio". O que tem é culhão pra ir adiante, ou a bundamolice de escolher o caminho do fujão! (formspring)


Tolinho... não tem essa de “desígnio”. O que tem é culhão pra ir adiante, ou a bundamolice de escolher o caminho do fujão! Não sei quem vê tanto mérito no que eu PODERIA fazer, se tudo o que mais faço é soltar uma ou outra idéia que preste nos blogs e cia

Answer here




Aoki, você deveria ser uma mulher.
Não pela parte da viadagem, dar o cu, essas coisas.
Mas pela falação.
— Cara!
É-SÓ-DESENHAR!
Eu também tenho mulher, filho, trabalho e o caralho.
Só que decidi que quero tocar minhas coisas e pronto.
— Uma vez que você decide isso em sua mente, e reflete a mente em seu cérebro, as coisas começam a acontecer.
Você produz.
— Ah, mas a vida disso! Ah mas a vida daquilo! O caminho do fujão que...
— Tudo-papo-furado.
Tudo conversa mole.
Se a idéia existe, então existe uma vontade.
Se existe uma vontade, é preciso deixa-la fluir.
— Se você não a deixa fluir, inevitavelmente seu corpo vai entrar em "curto-circuito" com sua mente.
Daí, cedo ou tarde, explode alguma coisa de ruim na sua saúde.
Seja um problema renal, digestivo, ósseo, cerebral, tanto faz.
— Numa hora a merda te pega e você baixa hospital, e acaba com uma sonda enfiada goela abaixo.
— E aí você percebe que sua vida foi completamente inútil, que você não fez NADA do que queria, não obteve o MENOR GRAU DE ALEGRIA, felicidade, nada.
— Se teve, é porque ACHA que teve.
Se ACHA que teve, é seu Ego dizendo WOW!
— Ou seja, você fala demais apenas pra justificar sua própria inação.
Nada mais, nada menos.

Qualé a desses caras que vivem citando meu sacrílego nome em vão? (formspring)


O que o Aoki precisa para se tornar um grande mestre da HQ?

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Desenhar.





Qualé a desses caras que vivem citando meu sacrílego nome em vão? Um quase-quadrinhista não pode ganhar seu sustento digno sem que um curioso me indague porque não volto a desenhar?

Answer here




Tu não volta a desenhar porque é preguiçoso. Só isso.




porque não volto a desenhar? Responde que DESENHO é DESIGNIO, DIO SIGNO< que num é a gente q escolhe o que onde e como desenhar, somos como anjos, mensageiros e veículos do Divino , do Inconsciente Coletivo, da ANIMA MUNDI, do Campo Mórfico de Sheldrake !

O resgate das memórias e perdas que ninguém parece se importar...

“A Prisioneira D’Alma (Sérgio Molina e Lílian Jacoto, interpretado pela banda Canastra) Cada detalhe me comove Me mexe, eu deixo me envol...