sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

UNI, USP e catástrofes nazistas

ARTE ENGAJADA DOS ANOS OITENTA:

até Fernandinho Slang deixou-se encantar pelo canto da sereia ideológica da esquerda universitária brasileira



Meu contato com os comunas e militantes do PT na minha faculdade na USP me levaram inevitavelmente à ojeriza e ao nojo pela atitude e pela ideologia defendida, considerando todas as patifarias dos regimes comunistas à época dos oitentões ainda (como eu era um vendido pro sistema capitalista e sua ideologia pró-estadunidense).


Todavia, o romantismo e o idealismo dos caras era contagiante e carismático, sem sombra de dúvida. E meus processos inconscientes pegaram isso:

- Umas das tramas pro Alma de Aço se passaria num planetinha que sofreu uma “catástrofe nazista”.
Era um mundo de tecnologia semelhante à da Terra. Após uma visita de uma delegação alienígena de uma federação planetária, um líder político alucinado recebe de agentes extraplanetários (tipo CIA), nos bastidores e fora dos aplausos e festividades diplomáticas, TECNOLOGIA ALTAMENTE AVANÇADA que iria permitir que ele se apossasse do planeta inteiro!!!


E ele faz exatamente isso! Detona todos os governos daquele mundo, unifica sob a sua bandeira um domínio único e universal. Extermina toda a possível dissidência política, só que ele vai muito longe: EXTERMINA POPULAÇÕES CIVIS INTEIRAS, e os corpos destes são transformados em zumbis robotizados sem vontade, para dar continuidade aos serviços essenciais.

Os únicos privilegiados que não eram zumbificados eram os graduados do exército do cara, as crianças poupadas por terem elevado QI ou serem extremamente habilidosas em aprender rápido... e, finalmente, OS HERÓIS DA RESISTÊNCIA.

Eles mesmos: OS PORCARIAS DOS PTistinhas das Universidades!!!! Os heróis da resistência tentando derrubar um gigante invencível com a justiça de sua causa, o idealismo que norteia suas ações e a convicção do certo e errado que guia seus braços.

E eles estavam sendo massacrados igualziiiiiiinho igualziiiinho os humanos nos filmes do Exterminador do Futuro quando, sem aviso... PÁ!!!! Cai do céu uma porra de um robô guerreiro alienígena derrubado por uma bicha de um satélite de defesa que o pegou logo depois da reentrada do hiperespaço na órbita daquele mundinho!

É obóoovio que nosso herói vai se aliar ao lado dos combatentes da liberdade e virar o jogo detonando o ditadorzão e os manés assumindo um planeta… e no auge de seu idealismo e sua cegueira purista, destroem toda a infraestrutura construída pelos vilões, para recomeçarem tudo do zero, em novas bases, um novo paraíso.

“A Ameaça Suprema” 1986, aventura do Alma de Aço originalmente concebida para ser a décima história, reunindo elenco de aventuras anteriores... OLHA A VIAGEM EM ÁCIDO!!!Poster de uma aventura do Alma de Aço

…cinco anos depois, o latão reencontra esse pessoal, e eles estão chafurdando na merda, mal e mal subsistindo, ficando doentes, e empacados tentando restabelecer o mínimo de serviços essenciais a uma civilização…

Eu adoro lição de moral… pena que meus personagens não compartilhem de minha opinião (muito menos de minha sorte de estar TOTALMENTE fora dessas roubadas!)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nunca desista de seus sonhos

Não importa o quanto esta declaração pareça clichê ou título de livro de auto-ajuda... tem tudo a ver!

Existem dois tipos de fracasso:

  • aquele onde você teima, mas de fato suas habilidades com a atividade em questão são tão limitadas que você acaba sendo excluído de possibilidade de atuação profissional naquilo, e só lhe resta manter a atividade como hobby;
  • ou aquele em que você tinha a habilidade, bastava apenas praticar mais, se dedicar... e um belo dia, você TRAVA, você se vê incapaz de prosseguir, perde o pique, perde a razão de prosseguir naquela atividade... nem como hobby você consegue mais realizar o que fazia.

Aí você desiste. Você esconde que sabia fazer aquilo por... digamos, onze anos. Você fica vendo outros menos talentos realizando-se, e você olha para si mesmo e diz: tenho que superar isso e seguir a minha vida adiante... e tenta parar de pensar no assunto, esperando que o tempo se encarregue de apagar essa sensação de fracasso dentro de você.

E ele não te abandona... fica grudado como um fantasma, uma obsessão. Te transtorna a vida, te persegue, faz você gastar dinheiro de lazer em revistas da atividade que mal e mal são folheadas... faz você adquirir ferramentas que só saem da embalagem para formar uma espécie de estante de recordações que mais parece um templo, uma “capelinha” de culto à atividade morta.

E o fantasma te assombra... seus pensamentos tentam elaborar um plano para o futuro sem aquela atividade, e você não vislumbra nada... ou nada de bom de prosperidade, pelo menos.

E enfim, essa obsessão te afeta e se estende a todos os ramos de sua vida... sua atividade profissional, seus relacionamentos familiares, suas amizades... você vira um ser insuportável e incompetente. Aí chega o momento de fazer as pazes com seu passado e tentar reconciliar com ele... nem que seja como hobby mesmo!

Nunca desista de seus sonhos, nunca deixe a negativa dos outros bloquearem a busca pelo seu sonho.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Após a Ira de Lyana... à Procura de Roger!!!

Desapareciam, assim, os conhecimentos sobre cálculo integral e diferencial da face da Terra.
Somente 50.000 anos depois, um débil-mental chamado Isaac Newton redescobriria o segredo.




Veja aqui a parte 1.

Veja aqui a parte 2.





Uma vez Fanzineiro, Sempre Fanzineiro: Galeria de CAPAS



CONDÜTOR: suplemento “cucurbitáceo”¹ do Jornal do Grêmio Acadêmico CONDUTOR do curso de Engenharia Elétrica da POLI-USP
(¹ = abobrótico, pois cucurbitae é abóbora em latim)






HIPERESPAÇO - The Next Generation: Fanzine do Grupo Rio de Ficção Científica

O que esse robô-latão tem de tão bacana para o Aoki insistir em sua volta


“Então, após ter tomado castelo, reinado e a vida do consorte da princesa, o conquistador almeja tomar o coração da dama, e lança-lhe o desafio dentro de um biscoito da sorte: ‘Esta é a melhor dançarina da minha côrte. Por tudo que vi até então, acredito. Dizem que a princesa é mais. Por tudo que sei até então, duvido!’

E a princesa dançou. Dançou com a fúria da vingança, dançou com a ânsia de justiça e de reparação, dançou com a destreza do orgulho ferido, dançou com a vaidade
do desafio, dançou com a emoção de estar seduzindo (só não trouxera para a dança seu outrora amado, por quem derramava até há pouco lágrimas de imensa saudade).

E o conquistador, na alegria dividida entre a energia do espetáculo e o funcionar de seu estratagema, mal percebe quando a ponta do véu nele se enrosca e, no esvoaçar da dançarina, ele se desequilibra e cai.
Cai, diante de toda sua côrte, de joelhos, aos pés da princesa, ela que deveria estar caindo nas malhas da sedução...”




Essa é a cena-chave de um episódio do Alma de Aço que bolei em 1992, título-provisório “Liraane”. EU NUNCA ANTES HAVIA BOLADO CENA DE SEDUÇÃO COM MEUS PERSONAGENS NESTE NÍVEL DE ELABORAÇÃO.

E eu comparava... Cassaro publicando UFO Team, Zé Mauro Trevisan dando seus primeiros passos em direção à escrita profissional, Zé Roberto com seus contos crescendo como escritor e Sérgio Peixoto conseguindo que Álvaro Omine desenhasse 2 historinhas pro Gilberto Firmino em sua revista Astronauta... Klebs Jr. com seu curso de roteiro publicando episódios para as revistas na época... e apesar de parecerem bem executados visualmente, careciam por demais de capacidade de envolver o leitor...


Quem envolvia MUITO BEM o leitor, para mim e naquela época, era o Ataíde Braz. Eu adorava de paixão o Drácula desenhado pela mulher dele, Neide Harue, e o jeito bem “Mangá dramático da escola Go Nagai de emoções à flor da pele do personagem”, intercalado com pequenas situações bem humoradas, muito bem escrito... eu me deixei levar!!!

E, com “Liraane”, atingi um nível QUE SEMPRE DESEJEI: fazer uma história que fosse envolvente, que ME fizesse ENQUANTO leitor me interessar pelo drama dos personagens, ficasse envolvido, torcesse... e me surpreendesse, mesmo que a trama se encaminhasse para seu final lógico, lógica só percebida após o trajeto da leitura...

E se consegui uma vez, mesmo na forma de roteirinhos rascunhados (cadê a safada da minha pasta verde? Liraane ficou junto com os originais do Alma - aqueeeela pro Tony Fernandes - e reescrever tudo a partir do zero vai dar muito trabalho e vai gerar mais procrastinação ainda!...)... se consegui uma vez, POR QUE NÃO conseguir mais e mais vezes?

E se eu posso emocionar a mim mesmo, leitor meio cri-cri e chato pra caralho, leitor que acha todas as histórias desenhadas pelo Hector Alísios (Juba e Lula, Samsara) lindas e maravilhosas, mas de uma ASSEPSIA de emoções, uma incapacidade de gerar simpatia pelos personagens ou pela trama TÃO GRITANTE E FRUSTRANTE que aplaudi de pé EMIR RIBEIRO ter conseguido ACERTAR A MÃO NESTE QUESITO com Fátima a Mutante e Os dois sexos Adrian (pena que é tudo pornô!). Outro que aplaudi nesses tempos (1ª metade de 1990) foi o Gian Danton com três obras maravilhosas desenhadas pelo competente Benê Nascimento: “Íncubo”, “A Fantástica Família Titã” e a melhor delas, “Mermaid”! Pena que ele(s) falhou(ram) fudidamente na mais ambiciosa delas, “Refrão de Bolero”. Depois do fim da parceria, tentei acompanhar o Gian, mas o que li, não me comoveu... era como se ele tivesse perdido a mão...

Se eu pude comover a mim, poderia comover a outros também!

E Lyana continua Irada...



Veja aqui a parte 1.

O resgate das memórias e perdas que ninguém parece se importar...

“A Prisioneira D’Alma (Sérgio Molina e Lílian Jacoto, interpretado pela banda Canastra) Cada detalhe me comove Me mexe, eu deixo me envol...